• Marte@forum.ayom.media
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    8 months ago

    Tudo que foi colocado no texto é verdade.

    Mas o autor do texto, que assina com nome masculino, esquece-se de que enquanto cozinhar é um ato de resistência contra o delivery, quem cozinha está exausta.

    São em geral as mulheres que cozinham, as mesmas que trabalham fora de casa e se desdobram para exercer papéis de cuidado de crianças, idosos e outras pessoas que demandem mais cuidados.

    Cozinhar não é só flores, é cansaço, é trabalho não-remunerado, é trabalho generificado.

    Temos que tomar cuidado com isso ao escrever nossos textos.

    • El Buga@lemmy.eco.br
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      8 months ago

      É exatamente isso. A indústria do fastfood e dos ultraprocessados prolifera e triunfa onde as pessoas estão permanentemente exaustas e simplesmente sobrevivem. Ou seja, esse é um sintoma, e não a causa.

    • zhanglao@bolha.one
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      8 months ago

      @marte @kamaradajonny o autor dedicou um parágrafo inteiro pra falar disso:

      “Junto a esse debate, é fundamental não deixarmos de lado a necessidade de repensar o ato de cozinhar em outra perspectiva que supere a divisão sexual do trabalho nas relações do trabalho reprodutivo. O desafio do nosso tempo é ao mesmo “reivindicar” o direito a termos tempo para cozinhar e superar a lógica da reprodução das relações desiguais nas relações de gênero. Não cair na romantização das relações do ato de cozinhar e seguir reproduzindo a atual divisão social do trabalho.”

      • BrasilinaGoytacaz@lemmy.eco.br
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        8 months ago

        No contexto brasileiro, falar em privilegiar o cozinhar em casa necessariamente irá aprofundar a generificação, seja pela obrigação da mulher pela dupla jornada, ou pela sua terceirização à outra mulher ainda mais precarizada (trabalho doméstico). Ao meu ver, lutar para a criação de cooperativas de restaurantes, seria muito mais benéfico. Exemplos e modelos não faltam. As comedorias do Sesc, em São Paulo (https://www.youtube.com/watch?v=Bz53CCgnU6g), é uma ideia que poderia ser apropriada pelas comunidades: um espaço conveniente e agradável onde se serve uma comida saudável e “acessível”. Imagine algo parecido, gerido pela propria comunidade, pode tornar ainda mais acessível e principalmente mais democrático, já que sendo uma cooperativa, permite um maior controle da qualidade pela própria comunidade. Gostaria de indicar alguns vídeos com realidade de outros países, mas que podem trazer inspiração para a modificação da nossa realidade: Cozinhas industriais no Japão, que fornecem refeições para escolas, hospitais, fábricas… infelizmente em inglês: https://www.youtube.com/watch?v=ITzRFAfJsLA) Automat Restaurants - Uma invenção da grande depressão para oferecer comida mais barata através da automação do serviço, que está ressurgindo nos EUA com uma nova cara -gentrificada, claro, mas a ideia de uma cozinha profissional que prepara refeições individuais à pedido para ser retirado diretamente pelo cliente, é interessante também em um contexto de uma cozinha comunitária e cooperativa: https://www.youtube.com/watch?v=gsj-Avqdps4 , https://www.youtube.com/watch?v=C-N3dof-RD0) Os restaurantes da Ikea, que são um indiscutível sucesso na Europa, é um grande bandeijão e está sempre cheio: https://www.youtube.com/watch?v=kM46VL7jtrU.

        • BrasilinaGoytacaz@lemmy.eco.br
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          8 months ago

          Ah, gostaria de compartilhar também essa experiência neozelandesa que abrange desde de agricultura urbana, cozinha solidária, mercearia cooperativa, espaço de criatividade e reaproveitamento de materiais com costura, tricot, crochet, bicicletaria, oficinas de arte - com legendas em português: https://www.youtube.com/watch?v=_D7cVx7O0ek

  • sulunia@lemmy.eco.br
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    8 months ago

    Dormir, trampar, exercitar, cozinhar e lavar louça. É isso, vai um dia inteiro pra isso aí, sem contar a limpeza periódica…